Ferrovia do Entorno pode ser adaptada para passageiros

03/01/2012 - G1 (GO)

O Ministério da Integração Nacional está estudando a possibilidade de aproveitar linha férrea já existente para o transporte de passageiros, ligando os municípios da região do Entorno ao Distrito Federal. Por enquanto, o modal é utilizado exclusivamente para o transporte de cargas.

A ideia é modernizar a estrutura que tem 70 km de extensão entre Luziânia e Brasília e desafogar o tráfego na BR-040 e melhorar a qualidade de vida dos moradores do Entorno. Os trens teriam capacidade para transportar 500 mil passageiros por dia. A estimativa é que a adaptação custaria pelo menos R$ 70 milhões.

Segundo estimativas do Ministério da Integração, o estudo de viabilidade deve ser concluído em um ano. Somente depois desse tempo as obras poderão vir a ser iniciadas.

Para o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Carlos Dantas, a ferrovia não iria resolver o problema, já ajudaria. “Pelo menos ia reduzir o número de acidentes, lesões graves e mortes. Não tenho nem dúvida disse”, afirma.

Cidade-dormitório

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam o conceito de cidades-dormitório que os municípios do Entorno têm. Um dos casos mais expressivos é o de Valparaíso (GO), onde 75% dos moradores residem na cidade, mas trabalham no Distrito Federal.

Quem sai de Luziânia de carro já enfrenta um engarrafamento por volta das 6h da manhã, na BR-040. São 60 mil carros por dia e a distância entre o município e o centro de Brasília é de cerca de 70 km. Por causa do trânsito pesado, a viagem chega a durar duas horas. São tantos veículos, que muitos motoristas se arriscam pelo acostamento.

O comerciante de Valparaíso Nicolas Perez afirma gastar 20 minutos para voltar da loja e, de manhã, para ir ao estabelecimento, leva entre uma hora e meia e duas horas, diariamente.

Quem viaja de ônibus precisa ter ainda mais paciência, pois a viagem tem duas horas de duração. Os passageiros reclamam da pouca quantidade de coletivos, que estão sempre cheios e em péssimas condições.

“É muito estressante. É horrível. A situação é muito chata. Daqui uns dias nem vai ter como a gente sair. É muito trânsito, muito carro”, reclama uma usuária.

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